34 Comentários
mai 27Gostado por Thais Farage

Tema SHEIN é sempre desafiador, considerando os aspectos bem colocados na News. Temos muitas pequenas confecções em SC que já possuem o selo ouro da ABVTEX e estão buscando maior qualificação em ESG justamente pela demanda das grandes cadeias nacionais, o que é uma evolução bacana no setor. No entanto, a grande maioria espera que suas ações sejam reconhecidas de alguma forma. A SHEIN chega num ambiente com as regras já bem estabelecidas, mas o pagamento à vista sem dúvida vai balançar muitos fornecedores, sendo que o custo de produção também é superior. Para o consumidor geral, acredito que não adianta ter várias ações ESG e não ter o seu tamanho de roupa.

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é isso. resumiu bem!

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mai 28Gostado por Thais Farage

A grade de tamanhos é uma coisa que me pega muito. Até existem lojas que vendam tamanhos maiores, mas nem sempre o valor é acessível. Fora que muitas marcas só aumentam o tamanho das roupas sem nem considerar a modelagem de um corpo diferente. E tem outra questão: marcas que compram roupas da Shein e trocam a etiqueta - isso aqui me deixa maluca, principalmente quando tem o discurso de fabricação própria

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a grande de tamanho é um negócio indefensável. 2024 e essa conversa nao anda, é desesperador!

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"experiência enriquecida no varejo físico (investir, por exemplo, no atendimento e no ambiente)

• atendimento e serviços premium"

Isso aqui é fundamental. Já entrei na Lez a Lez e, por estar vestida sem ostentação, fiquei 20 min vagando na loja e ninguém me atendeu. Na Hering, eu não lembro de ter sido bem atendida. As atendentes não sabem a diferença de algodão e poliéster, não sabem do que as peças são feitas, se amassa ou não. O básico do Brasil tem q oferecer O BÁSICO desde o atendimento. Renner e CeA nem se fala, as atendentes fogem de vc pq não entendem absolutamente nada sobre o que estão vendendo. Pra mim o ponto nevrálgico é o atendimento. Como que a gente comprava roupa superfaturada de sacoleira que vinha em casa há pouco tempo atrás? Pelo atendimento, pelo convencimento, pq aquela mulher sabia tudo daquela peça, como combinar, sabia orientar ajuste, ia na sua casa com as cores que você gosta e te mostrava o que vc nem sabia que queria ou precisava.

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é isso, falta treinamento... eu acho uma loucura como as marcas jogam as pessoas lá sem ensinar nada pra elas e esperam que elas vendam. eu tentei tanto convencer as marcas de fazer um treinamento de consultoria de moda com as vendedoras, mas não topam. puxado.

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E o atendimento defasado tb acontece no digital. Quem compra da SHEIN já aceitou que pode comprar e simplesmente não gostar da roupa e entulhar ela, mas preferem isso do que comprar de um site nacional (que infelizmente dá o mesmo suporte: ou seja 0) que pelo menos te dá a opção de devolver depois.

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na shein dá pra devolver também :)

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mai 28·editado mai 28

Eu sou mãe de dois meninos, sou formada em moda a 4 anos e não consegui colocação no mercado de trabalho. As vezes penso em me especializar melhor, fazer uma pós graduação, MBA, porém no cenário atual não consigo ter esperanças em dias melhores. Hoje, acredito realmente que joguei anos no lixo com a graduação escolhida. Não percebo nenhum esforço político em regulamentar o setor. E acredito que com o apoio público essa vista grossa fiscal se torna ainda mais conveniente. Acredito que o problema SHEIN é só a ponta do novelo, em minha bolha social ( aqueles 50% da classe E) compram na SHEIN muitas vezes porque é onde está mais barato, trabalho escravo lá/ trabalho escravo aqui. Ganhando R$1.400,00 por mês pra ser arrimo de família a escolha passa ser, comprar na SHEIN e não ver filho com frio no inverno, ou, pensar em sustentabilidade e escravidão da China?

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Eu não sou da área, inclusive, sei muito pouco sobre, mas acho que essa questão da Shein é bem mais profunda.... mesmo que melhore atendimento nas lojas brasileiras, acho que o pega realmente é a questão do custo. Marcas nacionais, de qualidade, nem estou falando das fasts brasileiras, são infinitamente caras, e entendo que tudo está relacionado a qualidade e provavelmente salários bem pagos, mas não tem como querer que as pessoas priorizem essas marcas... e acho muito complicado também falar de sustentabilidade e moda circular e só comprar quando necessário quando as pessoas estão o tempo todo justamente por causa das redes sociais sendo inundados de influencers que fazem tour pelos seus closets, look do dia, tendencias que mudam a cada dois meses... eu acho que é um assunto muito bem profundo, envolve sim capitalismo e outras discussões.

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ei maiara,

essa não pode ser uma decisão das pessoas. precisa ter uma legislação no brasil que impeça a concorrência desleal da shein (produzindo na china e sem pagar imposto ou usando mao de obra análoga ao escravo, qdo produzindo aqui). não é justo que o consumidor tenha que fazer essa fiscalização... e tb não é justo comparar shein com marcas brasileiras que não são fast fashion. é tipo comparar fusca com bmw, os preços são mesmo diferentes pq são entregas diferentes.

e, mais uma vez, não tamo falando (marília e eu) de sustentabilidade do consumidor e sim de um mercado de moda. eu nunca to discutindo pessoa física, eu to sempre pensando mercado.

e, sim, o assunto é profundo, mas precisa ser discutido, se não, o que vamos viver é uma taxa de desemprego absurda com a falencia dos fast fashions brasileiros.

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Obrigada por responder... longe de mim jogar a decisão para as pessoas, o que eu quis dizer é que eu acho que grande parte da população só está pensando em comprar a tal roupa que tal celebridade estava usando pois afinal o tempo inteiro somos bombardeados com isso... acho sim que tem que ter uma legislação condizente com o país caso ela resolva se estabelecer por aqui, mesmo porque se seguir a legislação acho que tbm vai gerar bastante emprego... mas eu acho que além da legislação, a conversa tem que ser sobre também onsumismo desenfreado que é culpa da sociedade em que vivemos e das redes sociais, as pessoas só estão tentando ser parte de algo muito maior e infelizmente acabam encontrando isso na Shein

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ela já está no Brasil, não tem mais o "se ela se estabelecer", já foi. e é mto amplo dizer que o consumo desenfreado é culpa da sociedade, né? sei lá, como é que resolve "a sociedade"? mas é isso, é um problema complexo e não é só da moda - a SHEIN, inclusive, não vende só moda. :)

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mai 28Gostado por Thais Farage

Thais, acabei de ler sua newsletter sobre a SHEIN. Incrível! E queria compartilhar uma coisa. Já tenho encontrado roupas da SHEIN no armário das clientes. Esses dias estava na casa de uma cliente moradora do Leblon, uma cobertura duplex de 800 metros feita pela Ouriço (só pra te dar o termômetro da grana) e encontrei body, blusas, calças junto a outras roupas caras. Não foi a primeira vez. E qdo converso com donos de algumas marcas eles negam que suas clientes consomem esse tipo de produto. Uma miopia. Enfim. E tô aqui tb pra dizer que adoro vc e seu trabalho. Você é muito desperta e me desperta também. Beijo e bom dia!

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Thais, eu amo amo amo o quanto as portas se abriram depois que conheci seu trabalho.

Li sua Newsletter de hoje e está demais, parabéns!

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Muito interessante as reflexões. Comprei roupas apenas uma vez na Shein, porque acho difícil comprar sem poder devolver, mas parece que agora até isso é possível para parte das roupas. Tem um outro ponto que faz a a Shein ser atrativa, acho - e eu mesma compro muito acessório de cabelo e de maquiagem -, que tem a ver com algo que, por falta de termo melhor, vou chamar de "the future is Asian". É pura especulação. Mas fico pensando que uma parte da atratividade da Shein tem também (foco no também) a ver com duas coisas: 1. a primeira, que você já mencionou, a rapidez das coleções; tudo o que está sendo visto por aí no Norte do mundo está lá, e não demora seis meses e mais de um ano para estar lá. 2. a segunda tem a ver, acho eu, com certa prevalência cada vez maior de certa estética asiática, no interesse pelos doramas, pelo crescente interesse pela China, pelo Japão etc. Sei lá, outro dia estava vendo um dorama novo no Netflix, pirei nas roupas da personagem. Onde eu poderia achar algo parecido? O primeiro lugar que me veio a cabeça foi a Shein, e, bingo. Não só as peças, mas elas usadas de forma parecida a que eu estava vendo na série. (E veja, eu sei que China e Coréia são muito diferentes, e o dorama que eu vi era coreano, e tem certo olhar orientalista envolvido nisso...).

Quanto a como as lojas brasileiras podem fazer frente à Shein, acho que é pelo caminho que você apontou. Como alguém que mora em cidade pequena, penso que investir em personalização também no e-commerce. Modelo de afiliados de vendas, como Favoritos da Renner e assemelhados, ajuda numa certa curadoria. Acho muito mais fácil achar as peças através de alguém que eu sigo - mesmo que o conteúdo seja exclusivamente de mostrar looks de fast fashions - do que ficar horas nos sites (sou Millenial) das lojas.

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é muitoooo difícil achar as coisas no site da Renner e C&A - que são os que frequento. eu, consultora de moda, acho difícil, imagina a consumidora que nao tem nem tempo pra ficar horas buscando? surreal.

e vc tem toda razão e eu não tinha pensado nisso: estamos, sim, apaixonados pela ásia e a Shein entra aí, sim. bem pensando <3

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tanta informação, que vou ler mais uma vez... eu trabalho com varejo, nada a ver com moda, mas algumas observações são pertinentes para qualquer setor, principalmente a dificuldade na concorrência com os importados pelos preços muito baixos. É um assunto controverso, porque num país de renda baixa como o nosso, o apelo do preço é forte para o consumidor, e as empresas que importam usam esse fator para pressionar a opinião pública. recentemente um grupo de importadores do meu setor (pneus) fez uma publicidade falando sobre as marcas nacionais estarem fazendo lobby contra os importados ("querendo empurrar mais essa conta para o consumidor brasileiro" obrigando-o a pagar mais caro). contra essa lógica é difícil argumentar diferença de tributação, diferença de qualidade, empregos gerados, etc...

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Seu texto é excelente e eu queria dar meus cinco centavos de opinião como consumidora: acho que a Shein tem uma série de produtos com uma carinha mais "original" (ou de diferentes estilos) e que o algoritmo permite um fácil acesso. Claro que, aqui no BR tem muita coisa bonita e de diferentes estilos, mas não "chega" pra todo mundo - dificuldade em divulgação? Preço?

Vi aqui nos comentários alguém falando sobre curadoria em fast fashions e talvez seja esse mesmo o caminho pra que as marcas daqui fiquem mais atrativas e consigam competir com a Shein. Parece que as fast fashion tão sempre vendendo as mesmas coisas e, de fato, uma curadoria nos ajuda a ver que tem coisa pra todos os estilos.

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Adorei a news, me fez pensar muito. Adorei acompanhar os comentários também.

Acho que tem que sim ter regulamentação, mas eu acho existe um motivo principal pelo qual a opinião pública faz lobby a favor da não taxação: a população C, D e E pode ter acesso a uma imagem de moda q ela vê no feed do instagram. Aumentar o preço desse produto vai tirar esse acesso de muitas pessoas e eu me pergunto se isso não seria elitizar (mais ainda) a moda. Será que a taxação é mesmo o melhor caminho? Será que não precisamos repensar toda a cadeira e todo o processo de tributação? De verdade não sei. Não sei qual o caminho mas acho que precisamos discutir e pensar mais pra chegarmos numa solução que não exclua nenhum grupo.

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Amei muito o tema da newsletter, acho um assunto muito pertinente neste momento. Acredito que um diferencial nas marcas que atuam no Brasil, seria a reciclagem das roupas, hoje isso nao existe, eu pelo menos ja pesquisei muito e nao encontrei nada, aquelas roupas que nao servem para adoação e nem para pano de chão a gente faz o que exatamente? (Digo locais confiaveis que de fato irão dar um destino) O fato da Shein ser muito barato mesmo que de qualidade duvidosa, faz dela ser tao popular, pq nas lojas fisicas é tudo tao caro e as vezes com o preco de uma peça na Renner, por exemplo, da pra comprar 2 ou ate 3 na Shein, isso acho muito dificil competir, tem o fato que mesmo que uma peça de qualidade duvidosa ser mais barata numa loja atuante no Brasil, uma de poliester da Shein dura muito mais e isso influencia a decisao tambem.

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Entrei em uma loja outro dia e pedi para provar uma peça GG, o GG estava mais para M. Quando reclamei com a vendedora ela me disse que a modelagem era italiana e por isso era pequena. Comprar partes de cima de tamanhos grandes então, impossível. Até agora tenho fugido da Shein, mas depois que a Hering tbm resolveu mudar as modelagens as opções acessíveis praticamente não existem mais.

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Gente, foi uma consultoria free para as marcas, hein?! 🤍

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Thaís, queria te parabenizar pela news, sempre incrível! Não sou da moda, mas amo o tema, e todas as suas colocações me fez avaliar algo que vai muito além do que nós, leigos no assunto, consegue observar sozinhos. A SHEIN realmente chegou para mudar a estrutura de muitas coisas que estavam iguais a bastante tempo, a gente só espera que seja para melhor.

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O problema da Shein é imenso mesmo, como bem colocado na News, e vai além da moda propriamente dita, o problema relacionado a empresa também está grande no direito concorrencia. É que quando falamos de proteção à concorrência, temos que entender que a concorrência é um bem da coletividade e por isso, precisa ser protegida. Então o objetivo, nesse aspecto, não é proteger a empresa A ou B, e sim, proteger as condições de competição dentro daquele nicho de mercado em específico. E a nossa lei de defesa da concorrência estabelece justamente como infração o abuso de poder dominante no mercado (ou seja, quando uma empresa consegue alterar as condições de mercado ou controlar mais de 20% dele) e o domínio manipulado do mercado.

Num aspecto concorrencial, os problemas causados pela SHEIN estão relacionados aos concorrentes diretos dela (fast fashions e confecções maiores de varejo principalmente) e ao domínio do mercado que ela exerce. A questão é que qualquer sanção disso depende, primeiro, de uma análise e estudos econômicos feitos pela Autoridade concorrencial brasileira (CADE). De um ponto de vista concorrencial, então, não é só que a Shein causa danos a outras marcas, e sim, que causa danos ao mercado como um todo (enquanto bem coletivo).

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