Desde que eu resolvi testar o formato "comunidade", a coisa que eu mais faço da vida é falar sobre isso. Com muitas marcas, mas não só! No último ano eu tomei algumas dezenas de café com pessoas próximas que tavam afim de criar comunidade - inclusive, muitas que estão aí rolando eu ajudei um pouquinho, contando minha experiência. Ao longo desse tempo eu percebi que todo mundo acredita (graças à muitos reports de tendência) que o futuro das conversas digitais é via comunidade. Eu, honestamente, acho que o que os reports estão querendo dizer é muito diferente do que as pessoas estão entendendo… mas eu consigo entender todo o hype em volta dessa conversa, todo esse desespero pra chegar logo na "nova fase" da comunicação digital porque, de fato, quem chega antes leva vantagem (e também porque tá todo mundo exausto de redes sociais, mas sem saber muito o que fazer).
Há 8 anos criei uma comunidade de torcedoras que torcem pelo mesmo time que eu. Comecei com 8 amigas, hoje somos mais de 150. Isso nos trouxe tantas coisas e oportunidades, até mesmo projetos de lei voltados para mulheres que frequentam estádios. Inclusive inspirou torcedoras de outros times a fazer o mesmo, e volta e meia nos unimos em campanhas. É um espaço muito legal de troca.
Com certeza é! Mas, não seguimos os moldes das organizadas tradicionais. Hoje somos rede de apoio umas das outras em várias esferas da vida, maternidade, trabalho, apoio emocional. Isso transcendeu o futebol.
“ Gente tem burnout, dor de barriga, morre e não ressuscita. “ Thaís trazendo pra realidade quem acredita que em tempos de redes sociais todo prestador de serviço se tornou uma Marca, só que não… Gente é gente, e vai continuar sendo, afinal a priorização do CNPJ a custa do CPF só dá lucro pra quem vende essa ideia e prega o famigerado 6 em 7, na prática tá todo mundo querendo performar como se fosse máquina, e já diria Chico que assim, vai acabar “ Dançando e gargalhando como se fosse o próximo, a tropeçar no céu como se ouvisse música, pra se acabar no chão feito um pacote tímido.”
Acho muito bacana seu dinamismo pra buscar aprofundamento em temas novos e logo implementar mudanças no seu negócio (bem,
pelo menos é assim que eu te vejo haha). Lembro de na sua ida ao SXSW vc já estar ligada na temática "comunidades". Ps: obrigada por se render ao uso das letras maiúsculas. Muito mais confortável ler assim 💛
É exaaaatamente o que eu penso toda vez que vejo o assunto "comunidades" surgindo. Fiz tantos amigos em fóruns de internet, foram espaços tão importantes pra mim enquanto adolecente que não necessariamente se encontrava inteiramente num grupo da escola, que fico muito feliz em ver a volta desse formato (como tudo, repaginado) e espero que se multiplique para várias "paixões", pra que mais gente encontre seus iguais e possa falar apaixonadamente sobre seus interesses com pessoas que compartilharão esse sentimento.
Trabalhei mais de 8 anos com marketing digital e a minha luta diária era fazer marcas e clientes entenderem que certas ações do marketing não tem o retorno de investimento simples e claro no sentido de investe x pra vender y. Certas ações são investimento de longo prazo, tem mais retorno como branding, construção de imagem, manutenção e ampliação de market-share, e nem por isso são menos vitais ou fazem menos diferença. Pelo contrário, podem a razão de sobrevivência de muitas marcas.
Gosto demais do exemplo da Nikon vs Canon. Marcas que nos últimos 20 anos tiveram seu mercado consumidor praticamente engolido pelos telefones. Ficaram reduzidas praticamente aos fotógrafos profissionais e amadores. O consumidor comum se vira com a camera do telefone e isso não tem mais volta. O que elas fizeram? A Nikon sacou o comportamento dos seus consumidores. Percebeu que entre os fotógrafos profissionais sempre existiu a "rivalidade" nikonzeiros vs canonzeiros. Notou que eles não só eram consumidores leais, mas fãs, advogados da marca. Se reuniam em foruns e comunidades em midias sociais pelo mundo afora pra discutir produtos e soluções. A Nikon não foi besta e se integrou, criou o Clube Nikon onde ela participa desses foruns, promove eventos, convida integrantes da comunidade para pré-lançamentos, ouve e devolve feedback. Resultado, a Nikon continua firme e forte no mercado de fotografia, mesmo com o avanço agressivo da Sony entre vloggers e youtubers. A Canon perde cada vez mais marketshare, sem conversa relevante no mundo digital e consequentemente fadada ao esquecimento no longo prazo.
Em 2015 apaixonados por um podcast e site de séries se uniram em um grupo de Telegram. E passados 9 anos, todos viajaram para diversas cidades para se conhecer, viver experiências e histórias, alguns casaram, outros conseguiram se entender melhor, outros foram embora. Quem ganhou não foi o site, mas nós pessoas por nos conectarmos pelas séries e hoje somos amigos de uma vida.
O que me pega muito da comunidade no formato de hoje é justamente o formato de negócio. Sinto que isso fecha a conversa. Para participar de um grupo de amigos e até para ir na igreja (a católica, que eu vou, por ex.) é de graça. Eu contribuo se eu quero e quando eu estou engajada com ela, mas primeiro eu entro, participo do debate, vejo se realmente aquela é a minha comunidade (do tipo, quase não vou mais a missa hoje em dia, mas porque testei né?!). Como prestadora de serviço, pode ser incoerente pensar assim, já que de certa forma desvaloriza o trampo que é para o criador da comunidade e entendo isso, mas como consumidora eu tenho muita resistência à comunidade paga.
Thaís, adorei o texto. Você escreve muito bem (e imagino que você saiba disso, mas achei que valia reforçar :) ). Em especial, concordo com o sua posição de que gente não é marca. Gente é gente. De uns tempos pra cá, muito por conta dos recortes das redes sociais, as pessoas começaram a se enxergar como marca e eu, confesso, achei mesmo interessante a ideia da intencionalidade no seu posicionamento em geral. No entanto, hoje entendo que isso é posicionamento e só. Não, não somos marcas e seria mesmo cruel nos reduzir a isso.
Comecei a ler a news por acaso e agora não perco uma! Estou acompanhando diversas marcas pq estou em um momento de criar a minha e uma marca que tem se destacado nas minhas pesquisas, chamada 4am. E um dos pilares deste sucesso vem pautado em uma comunidade. A marca criou uma comunidade no whats e as clientes podem opinar em tudo! Produtos, brindes, comunicação... é muito interessante como as clientes amam e defendem a marca e se sentem fazendo parte de verdade.
Eu vejo 1 e questão central nesse tema da comunidade de marcas de moda.
• marcas micro, pequenas e médias precisam monetizar tudo o possível. Não tem “tempo” (leia-se pessoal e dinheiro) para liderar em comunidade, e provavelmente seu público não tem fôlego para impactar criando uma comunidade.
É alto o custo de investir em algo que não é desenvolvimento de produto, portanto, que dá rentabilidade.
Uma outra questão é a falta de personalidade real de marcas.
Seu texto me fez lembrar das comunidades do Orkut! Eu amava participar e trocar ideia por lá. Nossas conversas eram tão ricas, cada um de um canto do Brasil, com culturas e visões diferentes… Uma comunidade em especial me trouxe amigos que eu mantenho contato DIARIAMENTE, eles são mais presentes que muitos amigos que moram na minha cidade, inclusive. Mas depois dessa experiência, nenhum tipo de comunidade virtual assim colou pra mim ainda.
olá! lendo o seu texto, lembrei de um caso de sucesso de uma marca bem grande com comunidade. eu não vou saber te dizer em detalhes, é só a dica pra pesquisar mais caso tenha interesse ☺️ mas a Lego tem toda uma plataforma pra trocar ideias com os fãs. eu moro aqui na dinamarca e tenho amigos que trabalham na lego e lá eles tem equipes inteiras dedicas a essa comunidsde. tipo a galera avisa quando tem algo errado, dão ideias para coisas novas, eles fazem competições e exposições de coisas que os fãs tão construindo. acho que vai muito além, mas não conheço direito pra dar exemplos melhores.
Há 8 anos criei uma comunidade de torcedoras que torcem pelo mesmo time que eu. Comecei com 8 amigas, hoje somos mais de 150. Isso nos trouxe tantas coisas e oportunidades, até mesmo projetos de lei voltados para mulheres que frequentam estádios. Inclusive inspirou torcedoras de outros times a fazer o mesmo, e volta e meia nos unimos em campanhas. É um espaço muito legal de troca.
QUE FODAAAAA! depois me conta mais, vou adorar saber. e já pensei que a torcida organizada é um belo exemplo de comunidade, né?
Com certeza é! Mas, não seguimos os moldes das organizadas tradicionais. Hoje somos rede de apoio umas das outras em várias esferas da vida, maternidade, trabalho, apoio emocional. Isso transcendeu o futebol.
“ Gente tem burnout, dor de barriga, morre e não ressuscita. “ Thaís trazendo pra realidade quem acredita que em tempos de redes sociais todo prestador de serviço se tornou uma Marca, só que não… Gente é gente, e vai continuar sendo, afinal a priorização do CNPJ a custa do CPF só dá lucro pra quem vende essa ideia e prega o famigerado 6 em 7, na prática tá todo mundo querendo performar como se fosse máquina, e já diria Chico que assim, vai acabar “ Dançando e gargalhando como se fosse o próximo, a tropeçar no céu como se ouvisse música, pra se acabar no chão feito um pacote tímido.”
essa história de que pessoas são marcas é uma mentira enorme que só leva todo mundo ao burnout.
me sinto tomando um café com você lendo a news. sempre coisas muito interessantes sobre assuntos que eu nem sabia que tinha interesse ❤️
que honra <3
Alternamos o café com a cerveja a dependem do tema da News,rs
Você tbm lê com a voz da Thaís Farage? Rs
na voz e no ritmo de fala dela kkkk
Simm, leio com a voz e vou respondendo/comentando mentalmente kkkkkkkkkk
Pensei exatamente nisso! Nos fóruns, comunidades no orkut ou mesmo no facebook.
Tenho uma filha que tem uma doença rara e foi nesse tipo de comunidade que encontrei as melhores respostas sobre o assunto!
Acho muito bacana seu dinamismo pra buscar aprofundamento em temas novos e logo implementar mudanças no seu negócio (bem,
pelo menos é assim que eu te vejo haha). Lembro de na sua ida ao SXSW vc já estar ligada na temática "comunidades". Ps: obrigada por se render ao uso das letras maiúsculas. Muito mais confortável ler assim 💛
quando eu fui pro SXSW eu já tinha o clube de moda! por isso que eu já tava no tema! e lá se falou muitooo sobre isso tb!
A volta dos fóruns de Internet ♡
É exaaaatamente o que eu penso toda vez que vejo o assunto "comunidades" surgindo. Fiz tantos amigos em fóruns de internet, foram espaços tão importantes pra mim enquanto adolecente que não necessariamente se encontrava inteiramente num grupo da escola, que fico muito feliz em ver a volta desse formato (como tudo, repaginado) e espero que se multiplique para várias "paixões", pra que mais gente encontre seus iguais e possa falar apaixonadamente sobre seus interesses com pessoas que compartilharão esse sentimento.
siiiim, eu também. eu gostava de punk rock e os fóruns me salvavam. os fóruns, os zines de banda… amava mto!
Olá Thais, muito obrigada por esta carta. Abriu um portal na minha mente pois precisava, mesmo, ouvir (ler) isso 😘🙏🏻
Trabalhei mais de 8 anos com marketing digital e a minha luta diária era fazer marcas e clientes entenderem que certas ações do marketing não tem o retorno de investimento simples e claro no sentido de investe x pra vender y. Certas ações são investimento de longo prazo, tem mais retorno como branding, construção de imagem, manutenção e ampliação de market-share, e nem por isso são menos vitais ou fazem menos diferença. Pelo contrário, podem a razão de sobrevivência de muitas marcas.
Gosto demais do exemplo da Nikon vs Canon. Marcas que nos últimos 20 anos tiveram seu mercado consumidor praticamente engolido pelos telefones. Ficaram reduzidas praticamente aos fotógrafos profissionais e amadores. O consumidor comum se vira com a camera do telefone e isso não tem mais volta. O que elas fizeram? A Nikon sacou o comportamento dos seus consumidores. Percebeu que entre os fotógrafos profissionais sempre existiu a "rivalidade" nikonzeiros vs canonzeiros. Notou que eles não só eram consumidores leais, mas fãs, advogados da marca. Se reuniam em foruns e comunidades em midias sociais pelo mundo afora pra discutir produtos e soluções. A Nikon não foi besta e se integrou, criou o Clube Nikon onde ela participa desses foruns, promove eventos, convida integrantes da comunidade para pré-lançamentos, ouve e devolve feedback. Resultado, a Nikon continua firme e forte no mercado de fotografia, mesmo com o avanço agressivo da Sony entre vloggers e youtubers. A Canon perde cada vez mais marketshare, sem conversa relevante no mundo digital e consequentemente fadada ao esquecimento no longo prazo.
Ave Maria! Bom demais ler isso🌟
Nossa, estou adorando estas News! Parabens!
Em 2015 apaixonados por um podcast e site de séries se uniram em um grupo de Telegram. E passados 9 anos, todos viajaram para diversas cidades para se conhecer, viver experiências e histórias, alguns casaram, outros conseguiram se entender melhor, outros foram embora. Quem ganhou não foi o site, mas nós pessoas por nos conectarmos pelas séries e hoje somos amigos de uma vida.
O que me pega muito da comunidade no formato de hoje é justamente o formato de negócio. Sinto que isso fecha a conversa. Para participar de um grupo de amigos e até para ir na igreja (a católica, que eu vou, por ex.) é de graça. Eu contribuo se eu quero e quando eu estou engajada com ela, mas primeiro eu entro, participo do debate, vejo se realmente aquela é a minha comunidade (do tipo, quase não vou mais a missa hoje em dia, mas porque testei né?!). Como prestadora de serviço, pode ser incoerente pensar assim, já que de certa forma desvaloriza o trampo que é para o criador da comunidade e entendo isso, mas como consumidora eu tenho muita resistência à comunidade paga.
Thaís, adorei o texto. Você escreve muito bem (e imagino que você saiba disso, mas achei que valia reforçar :) ). Em especial, concordo com o sua posição de que gente não é marca. Gente é gente. De uns tempos pra cá, muito por conta dos recortes das redes sociais, as pessoas começaram a se enxergar como marca e eu, confesso, achei mesmo interessante a ideia da intencionalidade no seu posicionamento em geral. No entanto, hoje entendo que isso é posicionamento e só. Não, não somos marcas e seria mesmo cruel nos reduzir a isso.
Comecei a ler a news por acaso e agora não perco uma! Estou acompanhando diversas marcas pq estou em um momento de criar a minha e uma marca que tem se destacado nas minhas pesquisas, chamada 4am. E um dos pilares deste sucesso vem pautado em uma comunidade. A marca criou uma comunidade no whats e as clientes podem opinar em tudo! Produtos, brindes, comunicação... é muito interessante como as clientes amam e defendem a marca e se sentem fazendo parte de verdade.
que delícia saber disso! eu adoro a marca e não sabia do grupo do zap, vou pedir pra entrar haha
Eu vejo 1 e questão central nesse tema da comunidade de marcas de moda.
• marcas micro, pequenas e médias precisam monetizar tudo o possível. Não tem “tempo” (leia-se pessoal e dinheiro) para liderar em comunidade, e provavelmente seu público não tem fôlego para impactar criando uma comunidade.
É alto o custo de investir em algo que não é desenvolvimento de produto, portanto, que dá rentabilidade.
Uma outra questão é a falta de personalidade real de marcas.
Seu texto me fez lembrar das comunidades do Orkut! Eu amava participar e trocar ideia por lá. Nossas conversas eram tão ricas, cada um de um canto do Brasil, com culturas e visões diferentes… Uma comunidade em especial me trouxe amigos que eu mantenho contato DIARIAMENTE, eles são mais presentes que muitos amigos que moram na minha cidade, inclusive. Mas depois dessa experiência, nenhum tipo de comunidade virtual assim colou pra mim ainda.
olá! lendo o seu texto, lembrei de um caso de sucesso de uma marca bem grande com comunidade. eu não vou saber te dizer em detalhes, é só a dica pra pesquisar mais caso tenha interesse ☺️ mas a Lego tem toda uma plataforma pra trocar ideias com os fãs. eu moro aqui na dinamarca e tenho amigos que trabalham na lego e lá eles tem equipes inteiras dedicas a essa comunidsde. tipo a galera avisa quando tem algo errado, dão ideias para coisas novas, eles fazem competições e exposições de coisas que os fãs tão construindo. acho que vai muito além, mas não conheço direito pra dar exemplos melhores.